segunda-feira, 13 de junho de 2011

reportagem completa do fantástico: Elefantes brancos desperdiçam o dinheiro do contribuinte

São obras gigantescas, inacabadas e que não beneficiam a população. Elas estão espalhadas por todo o país.

O Fantástico realizou uma reportagem especial sobre o desperdício de dinheiro público: os elefantes brancos do Brasil. Há muitos anos, um rei dava um elefante branco para os súditos de que não gostava. O animal ocupava espaço, não tinha utilidade e era caro para manter. Por isso, tudo que é grande, custa uma fortuna e não serve para nada ganha o nome de "elefante branco". O Brasil está cheio deles: obras gigantescas, inacabadas e que não beneficiam a população.

Pior do que ter de enfrentar o mesmíssimo problema todo dia é todo dia passar debaixo da solução sem poder usufruir dela.

“Esse viaduto aqui é uma porcaria, rapaz. Isso aqui não tem mais jeito não”, reclama um morador.

“Faz tempo que esse viaduto está aí e nunca termina”, diz o motorista Reinaldo Fernandes.



A única providência até agora foi botar um guarda com a impossível missão de esconder um viaduto de 30 metros de altura.

“Aqui não pode filmar, senhor. Poxa vida. Eu estou falando que não pode filmar e o senhor continua filmando?”, desafia o guarda.

Está lá para quem quiser ver ou filmar: o viaduto estaiado do Tatuapé, na Zona Leste de São Paulo, é parte de uma obra que começou em 2007 para ser entregue em 2008. O orçamento inicial era de R$ 66 milhões, mas o gasto vai passar dos R$ 113 milhões.

A prefeitura diz que teve problemas com as desapropriações e promete entregar a obra no fim de julho. Viaduto inacabado é parte da paisagem urbana no Brasil. Só Porto Velho, em Rondônia, tem seis. Obras orçadas em mais de R$ 100 milhões e paradas desde o ano passado por suspeita de irregularidades. Escola, hospital, estádio de futebol, centro de convenção.

Aeroportos como o de Goianá, cidade mineira de quatro mil habitantes. A pista para aviões de grande porte custou R$ 88 milhões e foi construída sem levar em conta que havia um morro na cabeceira. Ele terá de ser removido pelo governo de Minas, que promete fazer isso em dois meses. A lista de elefantes brancos é interminável pelas mais diversas razões.

“Tem uma briga política entre dois grupos. Quando um ganha, não faz porque o outro começou a fazer, e assim por diante. O povo é que fica a ver navios”, explica o produtor cultural Ari Rodrigues.

No ano passado, o Tribunal de Contas da União mandou parar 31 obras federais para investigar o uso ilegal de dinheiro público. Só nessas obras sob suspeita, R$ 23 bilhões estão em jogo. Mas o que dizer de um hospital de quatro andares e 136 leitos, parado há dez anos, em uma cidade como Cuiabá, que precisa de pelo menos 500 novas vagas?

“Estou há 51 dias aqui esperando cirurgia e nada, muito descaso com a gente aqui”, revela o paciente Diego Leite Mariano.

“É muito descaso, porque meu filho está sendo cortado aos poucos, vivo”, reforça Edides Benedita Leite.

Quando soube que o filho dela poderia estar no lugar, Dona Edides mal pôde acreditar.

“Eu nunca esperava na vida que aqui dentro de Cuiabá tinha um hospital desse tamanho”, acrescenta Dona Edides. “Tristeza em saber que meu filho podia estar em um lugar bem melhor. Olha aqui, gente. Olha, meu Deus! O prefeito, que o governador, que eu não sei quem que é que podia terminar rápido para desafogar o pronto-socorro.”

O governo do estado diz que o prédio está ultrapassado, não serve mais para abrigar doentes. A repórter Eunice Ramos, embrenhando-se nas árvores que crescem na construção, passou pela aterrorizante experiência de entrar em um hospital fantasma.

“Um morcego acabou de passar aqui!”, exclama a repórter. “Nos lugares mais escuros tem muito morcego. Então tem que prestar bastante atenção.”

Em um bairro de São Luís, no Maranhão, faltam pelo menos 400 vagas para os alunos da rede pública. Henrique tem de pedalar quilômetros para estudar. Ele convive com as sequelas da paralisia infantil e nos dias de calor chega a passar mal.

Bem perto da casa dele, duas escolas, com capacidade para 2,4 mil alunos, foram construídas e abandonadas. O repórter Alex Barbosa foi conhecer uma delas.

Na frente da escola, foram colocadas algumas madeiras velhas para impedir a entrada de vândalos. Lá dentro dá para ver a quantidade de mato que tem no pátio do colégio, o que demonstra o tempo que a escola está pronta, mas até hoje está abandonada.

A Secretaria municipal de Educação informou que haverá nova licitação para retomar as obras. A Transparência Brasil, organização que acompanha o andamento de obras supeitas, diz que falta fiscalização e que, embora o controle exercido pelo Tribunal de Contas da União tenha melhorado, a maioria dos tribunais de contas municipais e estaduais simplesmente não fiscaliza.

“Esses tribunais de contas são inoperantes e não funcionam. Os indivíduos que estão lá foram colocados lá por governadores para garantir que não vão chatear eles. Então é assim que funciona basicamente os tribunais de contas”, revela Cláudio Abramo, da ONG Transparência Brasil.

De todas as alegações para interromper uma obra pública no Brasil, talvez a mais inusitada de todas esteja em São José dos Campos. A Justiça embargou uma construção para que se apure por que ela começou a ser feita pelo avesso. A entrada foi parar nos fundos e os fundos foram parar na entrada, neste que já é conhecido como o teatro do absurdo.

A um custo de R$ 680 mil, as fundações do Teatro Municipal de São José dos Campos foram assentadas ao contrário.

Em vez de fazer a entrada voltada para o parque, como estava previsto, a construtora virou a frente do teatro para a avenida. A explicação da prefeitura foi bastante simples: alguém virou a planta de cabeça para baixo.

“Aqui é a frente do teatro. É como se ele tivesse sido feito ao contrário. Porque aí ficaria o palco próximo da avenida”, mostra o secretário de Assuntos Jurídicos, Aldo Zonzini Filho.

Uma sindicância interna inocentou a empreiteira e concluiu: foi desorganização da própria prefeitura.

“Reconhecemos que saiu de dentro da prefeitura, do setor competente, que é o setor que fez essa planta. A planta chegou invertida na construtora”, acrescenta o secretário.

Uma ação popular levou o caso à Justiça. A prefeitura só pode retomar a obra quando o processo terminar.

Em Maceió, o inacreditável caso de uma obra que, segundo informou o ex-governador Geraldo Bulhões, custou R$ 27 milhões em valores atualizados para ser usada em um único dia. O Papódromo foi construído para receber o papa João Paulo II em 1991.

“Eu me lembro do dia. Aquela coisa bonita, cheio de gente, o papa sentado à esquerda do monumento”, lembra a irmã de caridade Josefa Umbelina dos Santos.

Só que nunca mais o Papódromo foi usado para nada. “Correndo até perigo de esta armação cair e acidentar muitas crianças que ficam brincando penduradas”, alerta Josefa.

O monumento fica em uma área da Marinha cedida ao governo do estado que promete reurbanizá-la.

No Paraná, as bases náuticas construídas em 1997 para os Jogos Mundiais da Natureza estão abandonadas. “Gastaram milhões para estar a ver navios”, diz um operário;

O investimento, na época, foi de R$ 3 milhões, R$ 7 milhões nos valores de hoje. Os jogos foram disputados uma única vez. Depois disso, as bases ficaram sem uso algum.

Em Rio Grande, no litoral gaúcho, a repórter Guacira Merlin entrou no prédio do Tribunal Regional Federal. A obra começou há seis anos e deveria estar pronta em 2009, mas virou um grande depósito de material de construção inaproveitável.

Centenas de placas de gesso para divisórias já não podem ser utilizadas porque estão vencidas. A mesma coisa acontece com sacas de cimento. Viraram pedra lá dentro. São cerca de 600. São mil sacas de argamassa fabricadas em abril de 2008. A validade era só de seis meses. A obra já consumiu mais de R$ 8 milhões e está parada porque a construtora não pagava os funcionários. O tribunal entrou na justiça contra a empresa.

No Rio de Janeiro, a construção da Cidade da Música, um gigantesco conjunto de salas de espetáculos, gastou seis vezes mais que o orçado. Da previsão inicial de R$ 80 milhões pulou para mais de R$ 500 milhões. Uma CPI da Câmara Municipal apontou 57 irregularidades diferentes.

Em e-mail enviado ao Fantástico, o ex-prefeito César Maia nega as acusações e diz que foi tudo dentro da lei. A atual prefeitura mudou o nome do complexo cultural para Cidade das Artes e prometeu entregá-lo em agosto.

No palco empoeirado da sala principal, o violonista Turíbio Santos aprova a acústica, mas não a gastança. Ele faz um protesto musical ao som de Villa-Lobos.

“Se você fizer as coisas na proporção certa, você não precisa passar a limpo depois. Você não precisa refazer. Só tropeçamos quando pensamos megalomaniacamente”, avalia o músico. 

Senador Ivo Cassol anuncia afastamento por problemas de saúde

O senador Ivo Cassol (PP) anunciou através de sua assessoria que ficará afastado a partir da próxima semana para tratamento de saúde.
O Senador irá realizar uma pequena cirurgia e aproveitará o período pós operatório para estruturar o Partido Progressista em Rondônia, já que Cassol almeja colocar nomes de candidatos pelo seu partido em importantes municípios rondonienses.
A licensa será de quatro meses, e durante esse período a cadeira de Rondonia no Senado da República será assumida pelo primeiro suplente da Cassol, o seu pai Reditário Cassol (PP).

É FANTÁSTICO – Em menos de um mês prefeitura de Porto Velho é denunciada duas vezes em rede nacional


A prefeitura de Porto Velho vem sendo protagonista da rede Globo em uma triste novela que tem como enredo, incompetência e falta de respeito com o cidadão da capital de Rondônia.
Em menos de um mês, a administração do petista Roberto Sobrinho foi por duas vezes alvo de denúncias estarrecedoras que vão desde supostas fraudes em licitação para compra de remédios até obras faraônicas que nunca terminam.
Neste último domingo (12), o programa semanal Fantástico apresentou uma matéria onde o mote principal eram os “elefantes brancos” de várias cidades brasileiras. Entre essas gigantes obras inacabadas estavam os viadutos de Porto Velho que juntos ultrapassam o valor de cem milhões de reais.
Os viadutos de Porto Velho que seriam símbolo de uma nova Porto Velho, já se tornou motivo de irritação dos munícipes, pois além da construção estar parada há mais um ano ano, simplesmente tumultuou o trânsito de uma das regiões mais populosas da cidade, a zona Sul. Todos os dias carros, motos, bicicletas e pedestres se aglomeram por entre as “ruínas” daquilo que deveria ser um exemplo de modernidade.
O pior é que pela matéria exibida pelo Fantástico pode-se perceber que o problema está longe de se resolver, um exemplo é obra do viaduto do Tatuapé, em São Paulo, que começou em 2007, porém até hoje não foi concluída, o motivo apresentado pelos responsáveis foi problemas com desapropriação de casas no perímetro da obra.
Em Porto Velho a situação é a mesma, isso de acordo com o requerimento de rescisão contratual da CAMTER, empresa responsável pela construção dos viadutos. Nesse documento a CAMTER alega que já havia realizado tudo que devia ser feito até o momento, porém não poderia dar continuidade à obra, pois seria necessária a liberação total das áreas que deveriam ter sido desapropriadas.
Em uma nota emitida recentemente pela Prefeitura de Porto Velho, foi informado que um valor de seis milhões de reais havia sido destinado para o pagamento das indenizações, porém é de claro conhecimento de todos que essas áreas ao entorno dos viadutos são grandes quadrantes de terra onde várias empresas estão estabelecidas á décadas e seis milhões de reais não pagaria sequer a indenização de duas dessas áreas.
Resta esperar para assistir ao próximo espetáculo de incompetência que será protagonizado em rede nacional pelos gestores de Porto Velho. Enquanto isso a população continua penando, vítimas da incapacidade administrativa de nossos governantes.

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Saiba quem é Gleisi Hoffmann, a nova ministra da Casa Civil


Gleisi (Foto: Divulgação)A nova ministra da Casa Civil, Gleisi Helena Hoffmann, é senadora (PT-PR) e advogada. Nasceu em Curitiba, em 6 de setembro de 1965, e formou-se em Direito pela Faculdade de Direito de Curitiba. É mulher do ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, e mãe de dois filhos.
Seu antecessor no cargo, Antonio Palocci, deixou o cargo nesta terça- feira (6), quase um mês após a publicação de uma reportagem pelo jornal “Folha de S.Paulo” segundo a qual ele teve o patrimônio aumentado em 20 vezes entre 2006 e 2010.
Histórico político
A filiação de Gleisi ao Partido dos Trabalhadores (PT) veio em 1989. Gleisi foi secretária de Estado no Mato Grosso do Sul, durante a gestão de ‘Zeca do PT’ e secretária de Gestão Pública da prefeitura de Londrina por alguns meses.

Dois anos depois era presidente do PT do Paraná candidata à prefeitura de Curitiba, cargo perdido no primeiro turno para o atual governador do Paraná, Beto Richa (PSDB), já no primeiro turno. No ano passado foi eleita para o Senado.Em 2002, fez parte da equipe de transição de governo do ex-presidente Lula. Foi então nomeada a diretora financeira da Itaipu Binacional, onde ficou até 2006, quando saiu para disputar – e perder – as eleições ao Senado.

Conselho de Ética decide nesta quarta sobre cassação de Jaqueline Roriz


O Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara vai analisar nesta quarta-feira (8) parecer do relator Carlos Sampaio (PSDB-SP) sobre o pedido de cassação do mandato da deputada federal Jaqueline Roriz (PMN-DF), flagrada em vídeo recebendo dinheiro do delator do mensalão do DEM, Durval Barbosa.
A deputada Jaqueline Roriz (PMN-DF) foi à Câmara dos Deputados nesta quarta (6) (Foto: Robson Bonin / G1)Jacqueline Roriz  (Foto: Robson Bonin / G1)
O relator do caso concluiu o relatório no dia 23 de maio. O texto tem 60 páginas. Primeiramente, Sampaio vai apresentar o texto, que deve orientar pela cassação do mandato da deputada, segundo informações de parlamentares ligados ao relator. Em seguida, cada integrante da comissão votará.

Jaqueline Roriz aparece em vídeo ao lado do marido, Manoel Neto, recebendo dinheiro. A denúncia contra ela foi apresentada à Corregedoria da Câmara pelo PSOL, no dia 16 de março. A deputada admitiu ter recebido recursos de Barbosa, mas alegou que a verba foi utilizada na campanha a deputada distrital, em 2006, e não teria sido informada à Justiça Eleitoral na prestação de contas.Mesmo se o conselho aprovar o relatório de Sampaio, a cassação ainda precisa ser votada no plenário da Casa. Será o primeiro julgamento pela perda de mandato no Conselho de Ética na atual legislatura.

Mudanças no Conselho de Ética
No dia 26 de maio, a Câmara aprovou proposta que modificou o Código de Ética e Decoro Parlamentar da Casa para permitir que os pedidos de cassação que tramitam contra deputados possam receber penas alternativas como suspensão, censura verbal ou escrita.
Uma das modificações “autoriza o Conselho a concluir pela procedência total ou parcial da representação que apreciar, ou de sua improcedência, admitindo, nos dois primeiros casos, a aplicação da pena originalmente indicada na representação ou a cominação da pena mais grave ou mais leve, conforme a natureza e gravidade da conduta, com base nos fatos efetivamente apurados no processo”.
Na prática, a mudança pode favorecer a deputada Jaqueline Roriz (PMN-DF), que responde a processo de cassação no colegiado e agora poderá receber uma pena mais branda. Integrantes do conselho poderão alegar, por exemplo, que o caso da deputada merece censura, mas não a perda do mandato e, a partir dessa análise, defenderem uma pena alternativa.
Segundo o presidente do Conselho, deputado José Carlos Araújo (PDT-BA), o próprio relator concorda com a tese de que as mudanças no colegiado não podem ser utilizadas no caso Jaqueline Roriz: “O relator também concorda. O jogo está jogado e com 44 minutos do segundo tempo não pode ser mudado.”
A assessoria da deputada Jaqueline Roriz argumenta que a regra terá de ser aplicada, porque não é possível implementar apenas “parte” de uma lei. Para a assessoria, o relatório só pode ser considerado pronto quando for lido pelo relator, o que pode garantir a mudança do texto para inclusão da nova regra.
Jaqueline Roriz também responde a inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF) por conta do episódio.

tô de bolso cheio vou "vazar" : Palocci deve começar a mudança para São Paulo nesta semana

 Nathalia Passarinho
Do G1, em Brasília
Palocci durante evento do governo na terça-feira (7); horas mais tarde, entregou carta em que pediu desligamento do cargo (Foto: Antonio Cruz / Agência Brasil)Palocci durante evento do governo na terça-feira (7);
horas mais tarde, entregou carta em que pediu
desligamento do cargo (Foto: Antonio Cruz / Agência
Brasil)
O ex-ministro da Casa Civil Antonio Palocci deve tirar uns dias para descansar após transferir a chefia do ministério para a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), informaram assessores próximos a ele. Palocci embarca entre esta quarta-feira (8) e quinta (9) para São Paulo, onde tem um apartamento alugado.
Como ministro da Casa Civil, ele morava em uma casa no Lago Sul, área nobre de Brasília, destinada especificamente aos ocupantes do cargo.
De acordo com assessores, a mudança para São Paulo deve começar ainda nesta semana, mas depende de arranjos com a empresa transportadora. “Ainda não sei precisar a mudança, porque só uma empresa que tem licitação com o Planalto faz. Mas com certeza ele vai para São Paulo. Deve viajar hoje”, afirmou um assessor direto de Palocci.
Segundo o mesmo auxiliar, o ministro e a equipe dele estão “exaustos”. “Ele deve descansar. Está todo mundo exausto. Toda a equipe”, afirmou.
O ex-ministro prepara na manhã desta quarta (8), junto a assessores, o discurso de despedida que fará às 16h, quando Gleisi Hoffmann tomará posse na chefia da Casa Civil. Após transferir o cargo, Palocci deverá se despedir dos funcionários do ministério. Na terça (8), ele já conversou com os auxiliares mais próximos após pedir à presidente Dilma Rousseff afastamento do cargo.
Palocci deixou a Casa Civil quase um mês depois da divulgação da notícia de que seu patrimônio teria aumentado em 20 vezes entre 2006 e 2010, quando era deputado federal. Apesar de a Procuradoria-Geral da República ter arquivado representações da oposição contra ele, o desgaste político com o caso continuou.
Após ponderar que o embate político poderia prejudicar as atividades como ministro da Casa Civil, Palocci resolveu sair do governo. Diante da crise, Dilma resolveu mudar o perfil da Casa Civil, que na gestão de Palocci acumulou a função de articulação política. Em seu primeiro pronunciamento após ser indicada para o cargo, Gleisi Hoffmann afirmou que a presidente quer que ela exerça uma função de “gestão” e acompanhamento dos projetos do governo.

'Queremos fortalecer as regiões de fronteiras', diz Dilma


Nathalia PassarinhoDo G1, em Brasília
Dilma e o vice-presidente, Michel Temer, durante lançamento de plano para fronteiras (Foto: Roberto Stuckert Filho / Presidência)Dilma e o vice-presidente, Michel Temer, durante
lançamento de plano para fronteiras (Foto: Roberto
Stuckert Filho / Presidência)
A presidente Dilma Rousseff afirmou nesta quarta-feira (8) que o governo está empenhado em fortalecer a segurança nas regiões de fronteira do Brasil. “O que queremos é fortalecer as regiões de fronteira, torná-las locais que não dêem guarida ao crime organizado”, afirmou.
Ela participou do lançamento do Plano Estratégico de Fronteira, que vis reforçar a segurança nas divisas do Brasil com outros países. Segundo a presidente, o plano será coordenado pelo vice-presidente, Michel Temer. O objetivo é desenvolver uma ação coordenada entre as Forças Armadas, Polícia Federal, Força Nacional e Polícia Rodoviária Nacional nas áreas de fronteira.
“Meu compromisso com esse programa é tão grande que eu escolhi meu vice-presidente para coordenar as ações dentro do governo juntamente com a Casa Civil, o Ministério da Fazenda, o Ministério de Relações exteriores de forma que não haja no governo nenhum processo de omissão para dar suporte a esse programa. É a própria Presidência da República que assume o controle [...] para que esse plano seja vigoroso”, disse Dilma.
Segundo a presidente, um dos objetivos do plano é atuar de forma conjunta com países vizinhos. " [Os dispostivos legais existentes hoje] permitem que estruturemos com países amigos uma ação coordenada, firme, que nos levará de fato a combater todas as formas de crime organizado que escolhem as fronteiras como regiões mais frágeis e mais próprias para a sua atuação", afirmou.

Segundo o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, as forças federais e o Exército ficarão de forma permanente nas fronteiras e atuarão sob um comando único, formado pelas forças ligadas ao Ministério da Justiça e ao Ministério da Defesa. “Estamos criando um órgão central de coordenação, o Centro de Operações Conjuntas. Haverá uma sala onde será possível acompanhar online todas as operações no país”, disse.Dilma lembrou ainda que as Forças Armadas atuarão com poder de polícia nas fronteiras. "Com isso vamos construir com estados e municípios fronteiriços uma capacidade de ação muito efetiva do governo brasileiro."
De acordo com Cardozo, nas operações da Polícia Federal, as Forças Armadas atuarão com apoio logístico. O governo vai reforçar a Operação Sentinela, da PF, que visa combater o crime em área de fronteira.
"O objetivo é ter uma situação de permanência na fronteira. Teremos as forças nacionais com apoio logístico das Forças Armadas permanentemente nas fronteiras. A Polícia Rodoviária Nacional será integrada na operação”, disse Cardozo. O efetivo para a operação, segundo o ministro, será aumentado em 100%.